sábado, 27 de dezembro de 2008

Coisas D'Alma


Abri minha alma,

Como se abrisse as portas

Da minha casa para ti.

Invadiste rapidamente a casa,

Pisando sobre as flores que plantei.

Rodei à tua volta,

Como um tornado de desejo

Da paixão que injetaste no meu sangue.

Amei, Odiei,Gritei,

Me rasguei,Me entreguei,Me anulei...

Me transformei naquilo que

Não era para te fazer feliz.

Valeu?!

Não sei...Até outra vez!

Mas, se não o fizesse,

Sofreria da mesma forma.

Sementes da vida,

Que se quedam abandonadas e De repente brotam...

Como?

Assustadoramente!

Não dá para saber, Não dá para entender,

Somente para sentir.


♥ & ♥ ººº

domingo, 21 de dezembro de 2008

A arte da animaçãoººº




História dos desenhos
Por Raphael Di Cunto

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Desde os primórdios da humanidade, o homem criou desenhos. É instintivo ao ser humano desenvolver desenhos e fazer com que eles se tornem cada vez mais desenvolvidos. Essa busca fez com que se desenvolvessem os desenhos de hoje, talvez não melhores ou mais evoluídos, mas mais atuais. Eles apenas se adaptaram às crianças (e, por que não dizer, aos adultos) da época.Depois dessa estranha introdução, vamos ao que interessa. Fantasmagorie pode ser considerada a primeira animação, em 1908. Desenvolvida pelo francês Emile Cohl, ela tinha apenas 2 minutos (nem chegando a isso), e foi exibida na Theatre Gymnase.Os primeiros desenhos animados como conhecemos hoje surgiram apenas na década de 1910, no então cinema mudo e sem cores. Naquela época, a maioria das animações era de curta-metragem, geralmente visando a um público mais adulto, com piadas e roteiros para uma faixa etária mais elevada do que a dos dias atuais.Mais para a frente, vemos o surgimento de um desenho que incrivelmente faz sucesso até hoje. O Gato Félix foi criado na década de 20, ainda sem cores nem falas (uma versão mais atual passava no Cartoon Network). Naquela década, surgiu também a Disney e o famoso camundongo Mickey, em 1928. Inovando completamente na época, ele teve o primeiro desenho com efeitos sonoros (com a voz sendo do próprio Walt Disney), uma completa revolução na época e que fez o desenho ser um imenso sucesso. Tanto, aliás, que fez com que o pobre camundongo não parasse de trabalhar até hoje, estrelando mais de 100 curtas.No início da década de 30, surgiu uma personagem bastante influenciada pela época. Betty Boop era uma menina de cabeça grande e olhos redondos, com uma cara de santinha, e usava um vestido não muito adequado na época (que mostra o público a que o desenho era direcionado). Sem cores, mas com som, ela foi um sucesso, até que o regime anticomunista a colocasse como um dos problemas a serem solucionados. Para “preservar a moral” americana, ela ganhou uma roupa mais comportada e trocou sua personalidade, se tornando uma esposa obediente. Teve seu fim em 39, voltando algumas vezes em filmes ou produtos.Novamente inovando, a Disney nos traz em 32 o primeiro desenho animado colorido: Flores e Árvores. A revolução foi, novamente, um sucesso na época, e novas empresas surgiram nessa área, como a Warner. Tentando copiar a fórmula da concorrente, seus desenhos foram um completo fracasso - por serem bem fracos -, até que se adotou uma idéia diferente. Apelando para a insanidade dos personagens, surgiam, no final da década, Pernalonga e companhia.Na década de 40, enquanto o mundo se preocupava com a guerra, os desenhos não tiveram grandes alterações. Surgiam animações como Tom e Jerry, pela Warner, e Zé Carioca, uma homenagem aos cariocas, pela Disney. Até então, os desenhos eram exibidos no cinema, o que mudaria nas décadas seguintes.William Hanna e Joseph Barbera se juntaram com um nobre objetivo: levar os desenhos animados para a televisão. Em 1949, estreavam Os Flinstones, Zé Colméia, Manda Chuva, Os Jetsons e muitos outros, que podem ser conferidos no canal Boomerang, todos obra da nova companhia Hanna-Barbera. As décadas de 50, 60 e 70 se seguiram com esses desenhos que apresentavam problemas do cotidiano da família, não importava o quão estranha ela fosse.
Nessa época, também fizeram sucessos desenhos que são famosos até os dias atuais. Frajola e Piu Piu, Papa-léguas e Pica-Pau eram alguns, que geralmente seguiam a mesma fórmula repetitiva: tinham bastante pancadaria gratuita e uma caça incessante entre os dois personagens principais, com o caçador sempre apanhando.Nos anos 80, nasceram muitos dos desenhos que fizeram a cabeça da geração que hoje é jovem, mas nem tão jovem assim. Muitos dos desenhos que passam hoje nas manhãs do SBT (e antigamente da Globo), como He-Man e os Mestres do Universo, Transformers, Caverna do Dragão e Thundercats, são dessa época, quando a fórmula do sucesso não era apenas a famosa perseguição e vitória da caça.A nova fórmula exigia mais do desenho, então nasceu a perseguição, luta entre os personagens, vitória dos bonzinhos, e muitas vezes finalizadas com uma lição de moral ou uma piadinha tosca (às vezes, ambas).Na década de 90, vemos um aprimoramento no humor dos desenhos. Sátiras se tornam comuns e as piadas, mais elaboradas. As lutas diminuíram, mas a porrada ainda corria solta (de forma mais suave e cômica, mas ainda estava lá). Pode-se citar a ida de Steven Spilberg para a Warner, que o tornou o encarregado pelos desenhos Pink e Cérebro (hilário, sobre dois ratos de laboratório que querem dominar o mundo e usam dos planos mais mirabolantes para isso), Animaniacs (o mais fraco dos três) e Freakazoid (completamente insano e, talvez por isso, excelente).Outros desenhos afloram nessa época, como South Park e Os Simpsons, marcando a volta dos desenhos mais adultos (mesmo que os principais telespectadores sejam adolescentes) e de humor mais negro (o pobre Kenny que o diga).No final da década, também vemos uma invasão de animês, que se fortalecem ainda mais no novo milênio. Febres como Pokémon e Cavaleiros do Zodíaco tornaram possível a entrada de muitos novos desenhos japoneses e fizeram com que a programação de desenhos de diversos canais fosse apenas de animês.Tivemos também uma volta de desenhos mais zoados, que levam tudo ao extremo. Falo dos Cartoon Cartoons, Bob Esponja e tantos mais que ainda estão por vir.Obviamente, nem todos os desenhos seguem essas “regras”, de modo que desenhos atuais usam fórmulas antigas. Temos como exemplo o inusitado Duck Dodgers (que passa no Cartoon Network), com o personagem principal sendo interpretado pelo Patolino e usando diversas piadas antigas (e que ainda assim são engraçadas).

terça-feira, 16 de dezembro de 2008

SEM RUMO...


De repente a gente percebe que o mundo conspira contra nós...

Que o futuro é algo irrelevante...

Que a estrada parece não ter fim...

Mas se analisarmos bem os fatos,

A estrada da vida é infindável.

A morte talvez seja o caminho...

Talvez nela estejam as respostas de todas as nossas perguntas que ficaram suspensas.

É!

Talvezººº

.


Hasta la victoria siempre!

terça-feira, 9 de dezembro de 2008

Às vezes o detalhe faz toda a iferença!











A foto nada mais é do que a tradução estática de um objeto animado ou inanimado, captada numa fração de milésimos de segundo, onde cada detalhe naquele instante de captação possa vir a ser analisado e/ou interpretado das mais diversas formas. Pensando nisso, tento mostrar acima o quão as imagens podem nos ser surpreendentes, não só pela beleza, forma, mas também por ...




Vou dizer é?


...
Hasta la victoria siempreººº
.

segunda-feira, 8 de dezembro de 2008

Bombardeios e confusões hormonais...


Amor e sexo, é preciso aprender?
(Alfonso Aguiló)

Aprender a amar
Um certo treino
Educar a sexualidade
Autodomínio sobre a imaginação e os desejos
O amor é a realização mais completa das possibilidades do ser humano. É o mais íntimo e o maior, é onde ele encontra a plenitude do seu ser, a única coisa que pode absorvê-lo inteiramente.
O prazer que deriva da sua expressão no amor conjugal é talvez o mais intenso dos prazeres corporais e também talvez o que mais absorve. O entusiasmo que produz uma paixão pura e sincera retira o homem ou a mulher de si mesmo para se entregar e viver para o outro: é o maior entusiasmo que a maioria dos seres humana tem na sua vida.
Quando o prazer e o amor se unem em entrega mútua, então é possível alcançar um alto grau de felicidade e prazer. Em contrapartida - como escreveu Mikel Gotzon Santamaria - quando se prima pela busca do simples prazer físico, esse prazer tende a converter-se em algo momentâneo e fugidio, que deixa um rasto de insatisfação. Porque a satisfação sexual é na realidade apenas uma parte, e talvez a mais pequena, da alegria da entrega sexual de alma e corpo própria da entrega total do amor conjugal.
- Mas, nem sempre é fácil distinguir o que é carinho do que é fome de prazer.
Às vezes é muito claro. Outras, nem tanto. Em qualquer caso, na medida em que se reduza a simples fome de prazer, está-se a usar a outra pessoa. E isso não pode ser bom para nenhum dos dois.
Quando se usa a outra pessoa, não a amamos, nem sequer a respeitamos, porque se utiliza e se rebaixa a sua intimidade pessoal.
O terreno sexual oferece, mais do que outros, ocasiões para se servir das pessoas como se fossem um objeto, ainda que seja inconscientemente. A dimensão sexual do amor faz com que este possa inclinar-se com certa facilidade para a busca do prazer em si mesmo, uma utilização que sempre rebaixa a pessoa, pois afeta a sua mais profunda intimidade.
Sendo o sexo expressão da nossa capacidade de amar, toda a referência sexual chega até ao mais fundo, ao núcleo mais íntimo, e implica a totalidade da pessoa. E, precisamente por possuir tão grande valor e dignidade, a sua corrupção é particularmente corrosiva.
Cada um faz do seu amor o que faz da sua sexualidade.
Aprender a amar
O homem, para ser feliz, tem de encontrar resposta para as grandes questões da vida. Entre as questões que afetam o homem em qualquer tempo e lugar, que apelam ao seu coração, que é onde se desenvolve a trama mais importante da sua história, está, inquestionavelmente, a sexualidade.
O homem procura encontrar resposta a perguntas capitais como: que devo fazer para educar a minha sexualidade, para ser dono dela?, pois, por sua vez, o corpo da outra pessoa apresenta-se como reflexo dessa pessoa e também como ocasião para dar rédea solta a um desejo de auto-satisfação egoísta.
- Consideras então a sexualidade um assunto muito importante?
O governo mais importante é o de si próprio.
Se uma pessoa não adquirir o domínio necessário sobre a sua sexualidade, vive com um tirano dentro de si.
A sexualidade é um impulso genérico entre qualquer macho e fêmea. Em contrapartida, o amor entre um homem e uma mulher procura a máxima individualização. E, para que o corpo seja expressão e instrumento desse amor individualizado, é preciso dominar o corpo de modo a que não fique subjugado pelo prazer imediato e egoísta, e, acima de tudo, atue ao serviço do amor. Porque, se não se educar bem a própria afetividade, é fácil que, no momento em que deveria brotar o amor puro, se imponha a força do egoísmo sexual. Visto que, no momento em que a sexualidade deixar de estar controlada, começa a sua tirania.
Como dizia Chesterton, pensar numa desinibição sexual simpática e desdramatizada, na qual o sexo se converte num passatempo bonito e inofensivo, como uma árvore ou uma flor, seria uma fantasia utópica ou um triste desconhecimento da natureza e da psicologia humanas.
Um certo "treino"
Apenas as pessoas podem participar no amor. Todavia, não o encontram já pronto e preparado em si próprias. Se uma pessoa permitir que a sua mente, os seus hábitos e as suas atitudes se impregnem de desejos sexuais não encaminhados para um amor pleno, resultará que pouco a pouco se vá deteriorando a sua capacidade de amar verdadeiramente, e estará permitindo que se perca um dos tesouros mais preciosos que todo o homem pode possuir.
Se não se esforçar por retificar esse erro, o egoísmo far-se-á cada vez mais dono da sua imaginação, da sua memória, dos seus sentimentos, dos seus desejos, e a sua mente ir-se-á enchendo de um modo egoísta de viver o sexo.
Tenderá a ver o outro de um modo interesseiro, apreciará acima de tudo os valores sensuais ou sexuais dessa pessoa e fixar-se-á muito menos na sua inteligência, nas suas virtudes, no seu caráter ou nos seus sentimentos. O despertar do prazer erótico antes do tempo costuma ocultar a necessidade de criar uma amizade profunda e pura. Aliás, uma relação baseada apenas numa atração sensual, tende a ser flutuante pela sua própria natureza, e é fácil que em pouco tempo - ao desvanecer-se esse atrativo - acabe em decepção, ou até numa reação emotiva negativa, de antipatia e desafeto.
- Consideras difícil de retificar essa deterioração no modo de ver o sexo?
Depende da profundidade que tenha a deterioração e, sobretudo, de se é firme ou não a decisão de a superar. O fundamental é reconhecer sinceramente a necessidade de proceder a essa mudança e decidir-se verdadeiramente a realizá-la.
É como um desafio: é preciso purificar, encher de higiene a imaginação, de limpidez a memória, de claridade os sentimentos, os desejos, a pessoa na totalidade.
É - em um outro âmbito muito mais sério - como treinar-se para recuperar a frescura e a agilidade depois de ter perdido a boa forma física.
- E não é um pouco artificial isso de treinar-se? Não chega ter as idéias claras?
No amor, tal como acontece na destreza de qualquer desporto, ou na maioria das habilidades profissionais, ou em tantas outras coisas, se não há suficiente prática e treino, as coisas saem mal.
Para aprender a ler, a escrever, a dançar, a cantar, ou inclusive a comer, é preciso predispor-se, seguir uma certa aprendizagem e adquirir um hábito positivo, senão faz-se de forma tosca e rude. Para expressar qualquer coisa bem e com alguma graciosidade convém treinar-se, cultivar-se um pouco. Quando uma pessoa não o faz, torna-se-lhe difícil expressar o que deseja. Sente a frustração de não poder comunicar o que tem dentro, de não poder realizar os seus sonhos. E isso acontece tanto ao expressar-se verbalmente como ao expressar o amor. Se não educamos a nossa capacidade de amar e de nos entregarmos por inteiro, em vez de expressar amor comportar-nos-emos de forma rude, como sucede a quem não sabe falar ou comer.
Cultivar-se assim é uma forma de se aproximar ao que cada um entende que deve chegar a ser. Com esse esforço de automodelação pessoal, de autoeducação, o homem faz-se mais humano, personaliza-se um pouco mais a si próprio.
Educar a sexualidade
É pena que muitos limitem a educação sexual à informação sobre o funcionamento da fisiologia ou da higiene da sexualidade. São coisas inquestionavelmente necessárias, mas não são as mais importantes e, acima de tudo, são coisas que hoje quase todos já sabem de sobra.
Em contrapartida, o autodomínio do apetite sexual e, por conseguinte, da imaginação, do desejo, do olhar, é uma parte fundamental da educação da sexualidade a que poucos dão a importância devida.
- E por que razão lhe você dá tanta importância?
Se não se conseguir essa educação dos impulsos, a sexualidade, como qualquer outro apetite corporal, atuará a nível simplesmente biológico, e então será facilmente presa do egoísmo típico de uma apetência corporal não educada. A sexualidade expressar-se-á de forma parecida a como bebe e come ou se expressa uma pessoa que quase não recebeu educação.
Necessitamos de um olhar e de uma imaginação treinados para considerarmos as pessoas enquanto tais e não como objetos de apetite sexual. Por isso, quando na infância ou na adolescência se introduzem as pessoas num ambiente de freqüente incitação sexual, comete-se um grave dano contra a afetividade dessas pessoas, um atentado contra a sua inocência e a sua boa fé.
- Não exageras um pouco?
Ainda que pareça demasiado forte, penso que não exagero, porque tudo isso tem algo de atentado contra um inocente. Romper nesses rapazes e raparigas o vínculo entre sexo e amor é uma forma perversa de quebrantar a sua honestidade e a sua sensatez, tão necessárias nessa etapa da vida. Os primeiros movimentos e inclinações sexuais, quando ainda não estão corrompidos, têm uma mescla de entusiasmo, de amor puro, de juventude. Irromper neles com a mão grosseira da sobre-excitação sexual danifica torpemente a relação entre rapazes e raparigas. Nas palavras de Jordi Serra, "não se maltratam atando-os com uma corda, mas escravizam-se submergindo-os num mundo irreal".
Como escreveu Tihamer Toth, a castidade é a pedra de toque da educação da juventude. Pela intensidade e veemência do instinto sexual, esta virtude é das que melhor manifestam o esforço pessoal contra o vício. Talvez por isso a história seja testemunha de que o respeito à mulher sempre tenha sido um índice muito revelador da cultura e da saúde espiritual de um povo.
Autodomínio sobre a imaginação e os desejos
Tal como o uso inadequado do álcool conduz ao alcoolismo, o uso inadequado do sexo provoca também uma dependência e uma sobre-excitação habitual que reduz a capacidade de amar. E, de maneira semelhante, tal como o paladar se pode estragar pelo excesso de sabores fortes ou picantes, também o gosto sexual estragado pelo erótico se torna cada vez mais insensível, mais ofuscado para perceber a beleza, menos capaz de sentimentos nobres e mais ávido de sensações artificiais que com facilidade conduzem a desvios estranhos ou a aborrecimentos máximos. Alimentar o instinto sexual em demasia leva a um funcionamento anárquico da imaginação e dos desejos.
Quando uma pessoa adquire o hábito de se deixar arrastar pelos olhos, ou pelas suas fantasias sexuais, a sua mente tenderá a uma carga de erotismo que disparará os seus instintos e lhe dificultará conduzir a bom porto a sua capacidade de amar.
- E não haverá outra solução senão reprimir-se?
Penso que não é uma questão de reprimir-se, mas antes de direcionar bem os sentimentos. Basta que a vontade se oponha e se distancie dos estímulos que resultam negativos para a própria afetividade. É preciso travar os arranques inoportunos da imaginação e do desejo, para assim ir educando essas potências, de forma a que sirvam adequadamente a nossa capacidade de amar. Entender isto é decisivo para captar o sentido desse sábio preceito cristão que diz: não consentirás em pensamentos nem em desejos impuros.
Quem se esforçar nessa linha pouco a pouco aprenderá a conviver com o seu próprio corpo e com o dos outros, e tratá-los-á como merece a dignidade que possuem. Gozará dos frutos de ter adquirido a liberdade de dispor de si e de poder entregar-se ao outro. Viverá com a alegria profunda de quem desfruta de uma espontaneidade madura e profunda, na qual o coração governa os instintos.

segunda-feira, 1 de dezembro de 2008

Drummond*


(...) Pois de tudo fica um pouco.

Fica um pouco de teu queixo no queixo de tua filha.

De teu áspero silêncio um pouco ficou, um pouconos muros zangados, nas folhas, mudas, que sobem.
Ficou um pouco de tudo no pires de porcelana, dragão partido, flor branca, ficou um pouco de ruga na vossa testa, retrato.
(...) E de tudo fica um pouco.

Oh abre os vidros de loção e abafa o insuportável mau cheiro da memória.


(Essência)
Carlos Drummond de Andrade nasceu em Itabira do Mato Dentro - MG, em 31 de outubro de 1902. De uma família de fazendeiros em decadência, estudou na cidade de Belo Horizonte e com os jesuítas no Colégio Anchieta de Nova Friburgo RJ, de onde foi expulso por "insubordinação mental". De novo em Belo Horizonte, começou a carreira de escritor como colaborador do Diário de Minas, que aglutinava os adeptos locais do incipiente movimento modernista mineiro.Ante a insistência familiar para que obtivesse um diploma, formou-se em farmácia na cidade de Ouro Preto em 1925. Fundou com outros escritores A Revista, que, apesar da vida breve, foi importante veículo de afirmação do modernismo em Minas. Ingressou no serviço público e, em 1934, transferiu-se para o Rio de Janeiro, onde foi chefe de gabinete de Gustavo Capanema, ministro da Educação, até 1945. Passou depois a trabalhar no Serviço do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional e se aposentou em 1962. Desde 1954 colaborou como cronista no Correio da Manhã e, a partir do início de 1969, no Jornal do Brasil.O modernismo não chega a ser dominante nem mesmo nos primeiros livros de Drummond, Alguma poesia (1930) e Brejo das almas (1934), em que o poema-piada e a descontração sintática pareceriam revelar o contrário. A dominante é a individualidade do autor, poeta da ordem e da consolidação, ainda que sempre, e fecundamente, contraditórias. Torturado pelo passado, assombrado com o futuro, ele se detém num presente dilacerado por este e por aquele, testemunha lúcida de si mesmo e do transcurso dos homens, de um ponto de vista melancólico e cético. Mas, enquanto ironiza os costumes e a sociedade, asperamente satírico em seu amargor e desencanto, entrega-se com empenho e requinte construtivo à comunicação estética desse modo de ser e estar.Vem daí o rigor, que beira a obsessão. O poeta trabalha sobretudo com o tempo, em sua cintilação cotidiana e subjetiva, no que destila do corrosivo. Em Sentimento do mundo (1940), em José (1942) e sobretudo em A rosa do povo (1945), Drummond lançou-se ao encontro da história contemporânea e da experiência coletiva, participando, solidarizando-se social e politicamente, descobrindo na luta a explicitação de sua mais íntima apreensão para com a vida como um todo. A surpreendente sucessão de obras-primas, nesses livros, indica a plena maturidade do poeta, mantida sempre.Várias obras do poeta foram traduzidas para o espanhol, inglês, francês, italiano, alemão, sueco, tcheco e outras línguas. Drummond foi seguramente, por muitas décadas, o poeta mais influente da literatura brasileira em seu tempo, tendo também publicado diversos livros em prosa.Em mão contrária traduziu os seguintes autores estrangeiros: Balzac (Les Paysans, 1845; Os camponeses), Choderlos de Laclos (Les Liaisons dangereuses, 1782; As relações perigosas), Marcel Proust (La Fugitive, 1925; A fugitiva), García Lorca (Doña Rosita, la soltera o el lenguaje de las flores, 1935; Dona Rosita, a solteira), François Mauriac (Thérèse Desqueyroux, 1927; Uma gota de veneno) e Molière (Les Fourberies de Scapin, 1677; Artimanhas de Scapino).Alvo de admiração irrestrita, tanto pela obra quanto pelo seu comportamento como escritor, Carlos Drummond de Andrade morreu no Rio de Janeiro RJ, no dia 17 de agosto de 1987, poucos dias após a morte de sua filha única, a cronista Maria Julieta Drummond de Andrade.


Minha mais profunda reverência...


De Andrade...


“Este é tempo de partido, tempo de homens partidos.

Em vão percorremos volumes, viajamos e nos colorimos.

A hora pressentida esmigalha-se em pó na rua.

Os homens pedem carne.

Fogo.

Sapatos.

As leis não bastam.

Os lírios não nascem da lei.

Meu nome é tumulto, e escreve-se na pedra.”


Uma excelente semana a todos que fazem desse espaço, algo engrandecedor para o cotidiano!


Hasta la victoria siempreººº
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