domingo, 13 de setembro de 2009

História do automóvel.



Não houve um exacto momento na história do automóvel que se possa convencionar como o início desta grande invenção. Com efeito, os primeiros automóveis que surgiram foram fruto de sucessivas aproximações e adaptações tecnológicas que, gradualmente, se foram desenvolvendo em torno de um objectivo comum: viajar rápido, com comodidade e, sobretudo, com um mínimo de esforço para os ocupantes e um máximo de segurança.

A auto-locomoção de veículos já havia sido demonstrada em 1769 por Nicolas Cugnot, na França, ao utilizar um motor a vapor para movimentar um veículo. No entanto, só com a introdução do motor de combustão interna a quatro tempos a gasolina em 1885, inventado por Karl Benz, na Alemanha, é que se começou a considerar a viabilidade de um veículo auto-propulsionado que oferecesse as condições já mencionadas. A patente desta invenção data de 29 de Janeiro de 1886 em Mannheim. Contudo, apesar de Benz ser creditado pela invenção do automóvel moderno, muitos outros engenheiros, também alemães, pesquisavam simultaneamente sobre a construção de automóveis. Em 1886, Gottlieb Daimler e Wilhelm Maybach, em Estugarda, patentearam a primeira motocicleta, construída e testada em 1885 e, em 1886, construíram a primeira adaptação da carruagem para o transporte automóvel. Em 1870, o germano-austríaco Siegfried Marcus construiu uma carroça motorizada que, contudo, não passaria da fase experimental.

Réplica do Benz Patent Motorwagen, de 1885, de dois lugares, três rodas e velocidade máxima de 13 km/h, foi o primeiro automóvel a gasolina.

A invenção:

O Benz Velo, introduzido dez anos depois do primeiro automóvel Benz patenteado a 1885.

Já no século XVII se idealizavam os veículos impulsionados a vapor; Ferdinand Verbiest, um padre da Flandres, demonstrara-o em 1678 ao conceber um pequeno carro a vapor para o imperador da China. Em 1769, Nicolas-Joseph Cugnot elevava a demonstração à escala real, embora a sua aplicação tenha passado aparentemente despercebida na sua terra-natal, França, passando a desenvolver-se sobretudo no Reino Unido, onde Richard Trevithick montou um vagão a vapor em 1801. Este tipo de veículos manteve-se em voga durante algum tempo, sofrendo ao longo das próximas décadas inovações como o travão de mão, caixa de velocidades, e ao nível da velocidade e direcção; algumas atingiram o sucesso comercial, contribuindo significativamente para a generalização do tráfego, até que uma reviravolta contra este movimento resultava em leis restritivas no Reino Unido, que obrigavam aos veículos automóveis a serem precedidos por um homem a pé acenando uma bandeira vermelha e soprando uma corneta. Efectivamente, estas medidas travaram o desenvolvimento do automóvel no Reino Unido até finais do século XIX; entretanto, os inventores e engenheiros desviavam os seus esforços para o desenvolvimento dos caminhos-de-ferro, as locomotivas. A lei da bandeira vermelha só seria suprimida em 1896.

Experiências isoladas, realizadas em toda a Europa, ao longo das décadas de 1860 e 1870, contribuíram para o aparecimento de algo semelhante ao automóvel atual. Uma das mais significativas foi a invenção de um pequeno carro impulsionado por um motor a 4 tempos, construído por Siegfried Markus (Viena, 1874). Os motores a vapor - que queimavam o combustível fora dos cilindros, deram lugar aos motores de combustão interna, que queimavam no interior do cilindro uma mistura de ar e gás de iluminação. O ciclo de 4 tempos foi utilizado com êxito pela primeira vez em 1876, num motor construído pelo engenheiro alemão conde Nikolaus Otto.

A primeira patente do automóvel nos Estados Unidos da América foi concedida a Oliver Evans, em 1789. Mais tarde, em 1804, Evans demonstrou o seu primeiro veículo automóvel que não só foi o primeiro automóvel nos EUA mas também o primeiro veículo anfíbio, já que este veículo a vapor dispunha de rodas para circulação terrestre e de pás para circulação na água.

O belga Etienne Lenoir construiu um automóvel com o motor de combustão interna a cerca de 1860, embora fosse propulsionado por gás de carvão. A sua experiência durou 3 horas para percorrer 7 milhas — teria sido mais rápido fazer o mesmo percuro a pé — e Lenoir abandonava as experiências com automóveis. O franceses reclamam que um Deboutteville-Delamare terá sido bem sucedido; em 1984 celebraram o centésimo aniversário desse automóvel.

É geralmente aceite que os primeiros automóveis de combustão interna a gasolina tenham surgido quase simultaneamente através de vários inventores alemães, trabalhando independentemente: Karl Benz construiu o seu primeiro automóvel em 1885 em Mannheim, conseguindo a patente a 29 de Janeiro do ano seguinte e iniciado a primeira produção em massa a 1888. Pouco tempo depois, Gottlieb Daimler e Wilhelm Maybach, em 1889 em Estugarda, concebiam um veículo de raiz, descartando a típica carroça em função de uma carroçaria específica dotada de motor. Foram eles também os inventores da primeira motocicleta em 1886. Em 1885 eram construídos os primeiros automóveis no de quatro rodas propulsionados a petróleo, em Birmingham, Reino Unido, por Fredericl William Lanchester, que também patenteou o travão de disco.

Um automóvel (do grego auto, por si próprio, e do latim mobilis, mobilidade), como referência a um objecto responsável pela sua própria locomoção) é um veículo motorizado, com quatros rodas, geralmente destinado ao transporte de passageiros ou mercadoria. A definição abrange a todos os veículos com autopropulsão movido a combustão interna, que pode ser gerada por álcool, gasolina, gás, diesel, hidrogênio ainda em teste, biodiesel ou qualquer outra mistura de combustível, comburente e calor que provoque a combustão interna, ou híbrido, ou ainda os veículos terrestres que se locomovam por meio de motores elétricos ou a vapor com a finalidade de transporte de passageiros e carga. O automóvel dos dias de hoje dispõe, tipicamente, de um motor de combustão interna, de dois ou quatro tempos, propulsionado a gasolina, diesel ou álcool. No entanto, a sua constituição deve a inúmeras invenções em várias artes e ciências, como a física, matemática, design, etc.

No contexto legal, a circulação automóvel encontra-se definida pelo código de estrada que pode variar entre países. Por exemplo, no Brasil, o automóvel encontra-se definido no Anexo I do Código de Trânsito Brasileiro como um veículo de transporte até 8 passageiros, excluído o condutor e cujo peso não exceda 3500 kg. Automóvel de quatro rodas legal.

Lamborghini Gallardo, um dos automóveis mais modernos do planeta.

História:

Ford-T, o primeiro veículo automotivo a ser produzido em série.

Em 1769, na França, Nicolas-Joseph Cugnot usou um motor a vapor para movimentar um veículo, um fardier de três rodas, mas o automóvel com motor de combustão interna foi inventado na Alemanha, só em 1885, por Karl Benz e Gottlieb Daimler.

Décadas depois, G. E. Sellden, um advogado estadunidense inventou a sua versão do automóvel, que era rudimentar. Patenteou-a, mas nunca a produziu em massa, cabendo isso a empresas que aderiam - obrigatoriamente - a uma organização por si criada.

Pouco tempo depois, o estadunidense Henry Ford passou a fabricar carros em série. Os primeiros foram os modelos T, fabricados de 1908 a 1927. Estes venderam mais de 15 milhões de unidades.

No Brasil:

Iso Isetta, modelo muito semelhante a Romi-Isetta, o primeiro automóvel produzido em território brasileiro.
Veículo Panhard-Levassor idêntico ao adquirido pelo Conde de Avilez em 1895.

Pode-se dizer que a era automobilística nasceu no Brasil no dia 25 de novembro de 1891, quando desembarcou no cais de Santos, do navio Portugal, o primeiro carro importado, adquirido pelo jovem inventor do avião, Alberto Santos Dumont, que mais tarde seria conhecido como o Pai da Aviação.

O carro era um reluzente Peugeot, com motor Daimler a gasolina, de 3,5 cv e dois cilindros em V, conhecido pelos franceses como voiturette, por ser muito parecida com uma charrete.

Seu proprietário o comprara por 6.200 francos, em Valentigney, cidade perto de Paris, e o trouxe diretamente para Santos. Mais tarde, o veículo foi levado a São Paulo, permanecendo na residência de Santos Dumont.

Esse Peugeot foi o primeiro carro a chegar no Brasil, asseguram os historiadores. Dessa maneira, a cidade teve a primazia de ver circular por suas ruas o primeiro automóvel do País, como confirmou a Câmara Municipal, um século depois.

Já o primeiro carro fabricado em território brasileiro foi a Romi-Isetta, produzida pelas indústrias Romi na cidade de Santa Bárbara d'Oeste, no interior paulista.

G. E. Sellden afirmou ter inventado o automóvel antes de Henry Ford. Este afirmou ter inventado uma versão mais avançada. Sendo os modelos T, de Henry Ford, mais populares, depressa entrou na bancarrota. Tentou vender automóveis construídos por si, mas sem sucesso.

Em Portugal

O primeiro automóvel a chegar a Portugal foi um veículo da marca Panhard-Levassor tendo sido importado de Paris pelo 4º Conde de Avilez, em 1895.

Na alfândega de Lisboa, ao decidirem a taxa a aplicar, hesitam entre considerar aquele estranho objecto máquina agrícola ou máquina movida a vapor. Acabam por se decidir por esta última.

Este veículo ficaria também para a história por um acontecimento insólito: logo na sua primeira viagem, entre Lisboa e Santiago do Cacém, ocorreria o primeiro acidente de viação em Portugal, tendo por vítima um burro, atropelado a meio do percurso.

Curiosidades:

  • A palavra automóvel surgiu na França em 1875 e vem do grego autos, que significa por si só e do latim mobilis, que quer dizer móvel.
  • Em 1876, o engenheiro alemão Nikolaus August Otto desenvolveu o motor a explosão para álcool, gasolina ou gás, que substituiu os motores à vapor usados até então nas primeiras experiências na construção de automóveis.
  • O primeiro acidente de trânsito que se tem notícia no Brasil foi em 1897, quando o poeta Olavo Bilac colidiu com uma árvore. Se ele se feriu ninguém sabe, mas com certeza sobreviveu uma vez que veio a falecer apenas em 1918.
  • Alguns fabricantes de veículos e vários borracheiros de todo o país recomendam a troca de pneus de um carro a cada 30.000 km. Acha pouco? Saiba então que os primeiros pneus de borracha a serem usados em carros em 1895, adaptação dos pneus antes usados em bicicletas pelo francês Edouard Michelin, duravam em média 150 km.
  • Utilizando um motor de origem francesa, o inventor paulistano Paulo Bonadei foi o primeiro a montar um carro no Brasil. O veículo ficou pronto em 1905, quando Paulo percebeu um pequeno detalhe: o protótipo era maior que a porta da garagem, que teve de ser alargada.
O Volkswagen Fusca, um dos carros mais vendidos da história da indústria automobilística.
Volkswagen Gol, com a missão de substituir o Fusca, o Gol foi muito além disso, sendo líder absoluto de vendas há quase 30 anos.
  • O Fusca, o Volkswagen (carro do povo, em alemão) é o modelo de carro mais popular de todos os tempos. Foi projetado por Ferdinand Porsche e imediatamente aprovado por Adolf Hitler, que utilizou variações do modelo para fins militares, inclusive durante a II Guerra Mundial. Sua fabricação no Brasil começou em 1959 e parou em 1986. A pedido do então presidente Itamar Franco, o Fusca voltou a ser produzido em 1994. Além de sair da fábrica com um preço muito semelhante ao Gol 1000 ou qualquer outro popular da época, sua montagem era bem mais complicada, uma vez que tinha praticamente o dobro de peças comparado a um carro moderno. Parou novamente de ser fabricado em 1996. O Fusca é chamado em inglês de beetle ou besouro, tanto que a nova geração é conhecida como New Beetle. Em Portugal, o Beetle foi apelidado de "Carocha". A produção do Beetle continuava no México e só durou até 2003 por causa das novas leis de emissão.
  • Com o aumento da velocidade dos carros fabricados à partir da década de 50 ao número de acidentes aumentou muito em relação a períodos anteriores. Em 1958 foi fabricado o primeiro automóvel estadunidense com cintos de segurança: o Chevrolet Corvette. No Brasil este item importantíssimo foi considerado obrigatório a partir de 1969.
  • O primeiro automóvel a circular fora do planeta Terra foi um jipe de seis rodas e motor elétrico usado pela Missão Apollo 15 em 1971, usado na Lua.
  • Os primeiros fabricantes a colocarem air bags em seus carros foram a General Motors e a BMW, a partir de 1974. Mas desde os anos 50 já existiam carros com air bags colocados sob encomenda fora das linhas de montagem.
  • O primeiro carro nacional a ser vendido com injeção eletrônica no Brasil foi o Volkswagen Gol GTI, fabricado a partir de 1989. No entanto o primeiro carro com este recurso a ser fabricado no Brasil foi o Volkswagen Fox (Volkswagen Voyage para exportação) em 1988. Hoje todos os modelos brasileiros saem de fábrica com esta característica.
  • O sedan Pronto Spyder, mostrado no Salão do Automóvel de Detroit em 1997, nunca enfrentará problemas com a ferrugem pois sua carroceria é feita de polietileno, o mesmo material usado em garrafas de refrigerante.

Estrutura:

Referências:

  1. Rodrigues, José Carlos Barros. "O automóvel em Portugal: 100 anos de história", Lisboa : CTT Correios, 1995.

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