segunda-feira, 17 de agosto de 2009

Belchior.


Antônio Carlos Gomes Belchior Fontenelle Fernandes (Sobral, 26 de outubro de 1946) é um cantor e compositor brasileiro. Foi um dos primeiros cantores de MPB do nordeste brasileiro a fazer sucesso nacional em meados da década de 1970.

Belchior desapareceu em 2009, familiares, fãs e amigos procuram notícias do cantor.

Carreira:

Durante sua infância no Ceará foi cantador de feira e poeta repentista. Estudou música coral e piano com Acaci Halley. Foi programador de rádio em Sobral, e em Fortaleza começou a dedicar-se à música, após abandonar o curso de medicina. Ligou-se a um grupo de jovens compositores e músicos, como Fagner, Ednardo, Rodger Rogério, Teti, Cirino entre outros, conhecidos como o Pessoal do Ceará.

De 1965 a 1970 apresentou-se em festivais de música no Nordeste. Em 1971, quando se mudou para o Rio de Janeiro, venceu o IV Festival Universitário da MPB, com a canção Na Hora do Almoço, cantada por Jorge Melo e Jorge Teles, com a qual estreou como cantor em disco, um compacto da etiqueta Copacabana. Em São Paulo, para onde se mudou, compôs canções para alguns filmes de curta metragem, continuando a trabalhar individualmente e às vezes com o grupo do Ceará.

Em 1972 Elis Regina gravou sua composição Mucuripe (com Fagner). Atuando em escolas, teatros, hospitais, penitenciárias, fábricas e televisão, gravou seu primeiro LP em 1974, na Chantecler. O segundo, Alucinação (Polygram, 1976), consolidou sua carreira, lançando canções de sucesso como Velha roupa colorida, Como nossos pais (depois regravadas por Elis Regina) e Apenas um rapaz latino-americano. Outros êxitos incluem Paralelas (lançada por Vanusa), Galos, noites e quintais (regravada por Jair Rodrigues) e Comentário a respeito de John (homenagem a John Lennon) gravada por ele e pela cantora Bianca. Em 1983 fundou sua própria produtora e gravadora, Paraíso Discos, e em 1997 tornou-se sócio do selo Camerati. Sua discografia inclui Um show – dez anos de sucesso (1986, Continental) e Vicio elegante (1996, GPA/Velas), com regravações de sucessos de outros compositores.

Desparecimento:

Em 2009, Belchior desapareceu preocupando familiares, fãs e amigos. Ele foi visto pela ultima vez em abril de 2009 num show de Tom Zé. Ele deixou dois carros em estacionamentos e abandonou o hotel onde morava em São Paulo. Familiares dizem que ele estava afastado da família há pelo menos 3 anos e seus empresários não sabem informar onde ele está.

Não foi dado queixa na polícia nem instaurado inquérito, amigos mais chegados do cantor acreditam que ele tenha sumido por vontade própria para se revigorar e eventualmente aparecerá em breve. Pessoas próximas relatam que Belchior ansiava em dar um novo rumo na vida e que sofria de depressão.

Discografia:

  • 1974 - A Palo Seco (Continental - LP)
  • 1976 - Alucinação (Polygram - LP/CD/K7)
  • 1977 - Coração Selvagem (Warner - LP/CD/K7)
  • 1978 - Todos os Sentidos (Warner - LP/CD/K7)
  • 1979 - Era uma Vez um Homem e Seu Tempo/Medo de Avião (Warner - LP/CD/K7)
  • 1980 - Objeto Direto (Warner - LP)
  • 1982 - Paraíso (Warner - LP)
  • 1984 - Cenas do Próximo Capítulo (Paraíso/Odeon - LP)
  • 1987 - Melodrama (Polygram - LP/K7)
  • 1988 - Elogio da Loucura (Polygram - LP/K7)
  • 1993 - Belchior em Espanhol com Eduardo Larbanois e Mario Carrero (Eldorado/Movie Play - CD)
  • 1993 - Bahiuno (MoviePlay - CD)
  • 1996 - Vício Elegante (Paraíso/GPA/Velas - CD)
  • 1999 - Auto-Retrato (BMG - CD)
  • 2008 - "Belchior Sempre"

Curiosidades:

  • Uma das canções mais conhecidas de Raimundo Fagner, "Canteiros", possui trechos da canção de Belchior "Na Hora do Almoço". Em alguns shows, ao cantar essa música, Fagner também canta trechos de Águas de Março, de Tom Jobim.
  • A gravadora Continental, aproveitando o sucesso de Belchior e também de Fagner, que não tinham mais contrato com a gravadora, juntou as melhores faixas dos discos Ave Noturna de Fagner, e A Palo Seco de Belchior, e lançou uma compilação com o título de Juntos - Fagner e Belchior.
  • Belchior é o compositor de um dos maiores sucessos da cantora Elis Regina, "Como Nossos Pais", lançada anteriormente por ele em 1976.
  • O grupo Mamonas Assassinas fez uma espécie de homenagem imitando-o na canção "Uma Arlinda Mulher".
  • O cantor Falcão satiriza um trecho da canção "Divina comédia humana" em "As bonitas que me perdoem, mas a feiúra é de lascar" em que diz "Um analista amigo meu me disse desse jeito não vou viver satisfeito".

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